Sejam bem vindos ao meu blog!

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domingo, 10 de dezembro de 2017

Nova História (Cap 5)

William

Nada havia me preparado para tamanha beleza. A duquesa era a mulher mais linda e desejável que eu poderia imaginar, não imaginava que seu corpo tinha o tamanho perfeito para se encaixar ao meu.
Tudo fluiu tão intensamente e tão perfeitamente que nada se ouvia no quarto, a não ser nossas respirações entrecortadas por beijos e pelo martelar de nossos corações em nossos ouvidos.
Quando estávamos plenamente satisfeitos ela me sorria com bochechas coradas e lábios meio inchados e seus beijos queriam muito mais, eu sorri de volta. Tudo nela me fazia ansiar por mais. Mas eu sabia que ela estaria muito dolorida pela manhã, então me segurei para deixá-la dormir.
Ela se aninhou aos meus braços e eu nunca me senti tão confortável em toda minha vida, queria estar ao seu lado para sempre e muito mais tempo depois disso se fosse possível!

Katerinne

Ao acordar pela manhã meu corpo sofreu ao tentar me espreguiçar, tudo estava doendo, inclusive entre as pernas, me fez lembrar das dores no corpo quando caí do meu cavalo, Cádmo. Eu olhei ao meu lado e meu amor dormia tão sereno e tão profundamente que não quis acordá-lo, suas feições estavam serenas, ele estava de bruços, o cabelo emaranhado e  muito, muito lindo. Me fez lembrar de quando ele estava inalcançável para mim, quando tudo parecia um sonho distante. Mas era realidade, ele era agora de fato e de verdade meu marido. Minhas bochechas arderam quando lembrei tudo o que fizemos, de como Will era lindo e delicioso sem roupa. Devo ter feito algum barulho pois ele abriu os olhos e me sorriu me puxando para seus braços.
Eu queria muito perguntar algo mas segurei a língua, talvez titia soubesse então conversaria com ela mais tarde.
Os primeiros raios de sol estavam entrando pela fresta  da janela em frente a cama e eu alí em seus braços só imaginava quando eu iria parar de querê-lo, talvez nunca! Ele percebeu algo em meus rosto, me olhou com aqueles lindos olhos cinza que fez meu coração derreter, não havia nada no mundo que eu não faria para faze-lo feliz.
-Bom dia esposa! --Ele me cumprimentou e me beijou me deixando sem fôlego e meu coração aos pulos.
--Bom dia, meu amor! --Respondi meio tímida, seus olhos me olhavam esperando que eu falasse algo.
--Não é nada Will, apenas... perguntas constrangedoras de principiante... sorri meio sem graça.
Tentei levantar da cama e ele me segurou mas conseguiu apenas puxar o lençol, andei até a bacia para lavar o rosto completamente nua e sob seu olhar devorador de felino prestes a atacar a presa.
Lavei meu rosto em chamas mais demoradamente que o normal, estava protelando, não queria perguntar pra ele.
--Vamos duquesa, estou esperando! --Ele fingiu autoridade. Eu caminhei de volta até a cama e me aninhei em sues braços, não sabia como podia ter sobrevivido até agora sem ser abraçada assim.
Ele me beijava em todos os lugares e me olhava de novo, com a pergunta muda em seus olhos. Foi quando ele me beijava e sugava um mamilo em seus lábios que eu finalmente me rendi, já pronta para fazer o que ele quisesse que ele ficou me olhando e me acariciando que eu finalmente tomei coragem.
--Quantas vezes temos que... bom você sabe... para fazer uma criança?--Ele me olhou extasiado.
Primeiro ele riu sua risada de trovão e então me beijou tanto que meus lábios doeram, mas era uma dor boa, que fazia nascer uma urgência dentro de mim que só Will poderia satisfazer.
Ele ficou sério e sentou na cama, me olhou alí deitada e pigarreou.

--Bom, para algumas pessoas basta uma única vez, outras demoram mais, não tem como saber ao certo... porque quer saber? --Ele ficou meio constrangido.
Ele olhou para baixo meio triste de repente.
--Sempre pensei em um herdeiro é claro, sei que é minha obrigação, só que... Bom, sempre sonhei com uma família grande, já que sempre fui sozinho, sem irmãos ou irmãs... Nas férias da escola eu não queria voltar, tinha que aturar meu pai e ele não permitia visitantes da minha idade porque não suportava crianças, você não imagina a alegria que era quando Thomas era autorizado a passar alguns dias aqui, o quanto a gente aprontava... ele sorriu.
--Bom, que tal garantir o herdeiro agora, talvez mais algumas vezes eu possa ficar mais tranquila com nossa família já encomendada...
Ele sorriu tão maliciosamente que me arrepiou, me pegou nos braços e me amou tanto que eu não imaginei ser possível e quando finalmente caímos na cama exaustos o sol já estava alto no céu, talvez fosse meio-dia, estava completamente perdida no tempo e perdidamente apaixonada, ambos pegamos no sono novamente conversando sobre nossas futuras crianças.

Continua...













quinta-feira, 9 de novembro de 2017

Nova História (Cáp 4)

 Katerinne

 Eu assinei o papel com mãos trêmulas e um sorriso bobo nos lábios, sem deixar de olhar para meu marido alí, em pé e de frente pra mim, que me olhava de volta, com um sorriso nos lábios que me deixava tonta de felicidade. Eu não sabia o que estava acontecendo com meu corpo perto de Will, me doía em partes estranhas, com uma necessidade que nunca antes tinha pensado existir.
Ele assinou logo depois de mim, oficializando de fato nosso casamento. Me sorriu e abriu a porta da biblioteca gritando ferozmente por Thomas.
--Onde está esse homem, mas que inferno!--Continuou berrando no corredor até que um Thomas vermelho e correndo apareceu na porta, com uma linda caixa de veludo verde esmeralda. Ele sorriu pra mim, pegou a caixa batendo a porta na cara de todos os empregados curiosos que se amontoavam no corredor, certamente titia não conseguira controlá-los.
Ele então ajoelhou-se e abriu a caixa, revelando um lindo anel de esmeralda em formato de gota, ladeado por minúsculos diamantes belíssimos. --Seu anel meu querido anjo, espero que goste e se não gostar poderemos escolher qualquer outro que quiser... esse anel é no tom exato dos seus olhos... foi também o anel de minha mãe, ela não o tirou até... bem, você sabe... --Ele tinha lágrimas nos olhos ao se lembrar da mãe.
Eu estendi a mão para que ele o colocasse em meu dedo, e ambos rimos quando o anel serviu perfeitamente. Ergui as mãos e fiquei admirando meu anel de casamento, já amando aquela jóia por tudo o que ela representava pra mim, meu laço eterno com o homem que eu amaria pra sempre.
--Será uma honra usar esse maravilhoso anel Will, que a duquesa se encontre em um bom lugar.--Desejei de coração, ele então me abraçou e me beijou ferozmente me erguendo em seu colo, pude sentir sua urgência, a mesma que queimava em meus sentidos. Sua masculinidade estava apertada e evidente em suas calças, roçando minha intimidade.

O barulho do lado de fora se tornou mais alto, titia tentava em vão conter toda a criadagem, isso fez com que nos separássemos e abríssemos a porta. Will transformou seu lindo rosto em uma carranca, ao gritar para todos que se calassem. Todos olharam assustados e fizeram uma fila no corredor em silêncio, esperando o que ele ia dizer. Ele pegou minha mão esquerda e me conduziu porta à fora, fazendo questão de mostrar a todos meu anel de casamento em meu dedo.
--Apresento minha amada esposa, Katerinne, sua alteza real, duquesa de York. --Will tinha tanto orgulho na voz que me deixou orgulhosa também pela primeira vez, eu tinha sido a escolhida do seu coração, para ter seu título e posição e uma vida toda ao seu lado. Era mais do que eu sonhei algum dia. Meu coração batia descompassado, mal acreditando na imensa felicidade.
Os criados fizeram uma reverência formal e bateram palmas. E foram de um em um me cumprimentando e desejando felicidades e muitos filhos, o que fazia meu rosto arder em chamas pensando no que estava por vir logo mais a noite.
Titia correu até nos e nos encheu de beijos, chorando, Will meio constrangido, afastou titia gentilmente, mas também lhe deu um beijo na testa.

--Agora que está tudo resolvido voltem para suas tarefas, esvaziem esse corredor, já! --Sua voz de trovão ecoou no corredor e assustados os criados saíram correndo e em poucos segundos encontravam-se apenas nós três olhando um para outro, sorrindo feitos bobos.
--Por favor tia Dóris, providencie a mudança dos pertences de Kat para meus... --Disse Will nos trazendo à realidade... --Para os nossos aposentos, e hã... um vestido para a cerimônia de casamento na capela, que vai acontecer em... uma hora. E sorriu para amenizar seu pedido e não parecer uma ordem. Titia quase teve um ataque, me pegou pela mão e me puxou correndo para algum lugar, não sem antes recomendar um bom banho à Will e reclamando coisas sem sentido de como não seria fácil aprontar tanto em pouco tempo e gargalhando no meio da frase. Segui titia sem olhar por onde andava e tropecei mais de uma vez nos próprios pés olhando para Will até perdê-lo de vista.

Uma hora depois o padre abria as portas da pequena igreja da propriedade ainda bocejando de sono. Todos os criados e suas famílias e habitantes próximos foram chamados às pressas para o casamento, assim como algumas pessoas importantes também. Will já me aguardava de pé na porta, tinha tomado banho e seu cabelo molhado estava penteado e caía desalinhado nos ombros, seu terno era magnífico, de um lindo tom de cinza chumbo que fazia jogo com seus maravilhosos olhos, contrastando com a camisa e gravata brancas, no meio da gravata, uma esmeralda do tamanho de um ovo de pombo reluzia conforme ele se mexia, refletindo em tons lindos de verde, tinha uma flor branca presa ao terno também. Seu rosto se iluminou ao me ver, e seu sorriso o deixou tão lindo que me deu um nó nas entranhas, ele estava tão lindo e em breve pertenceria à mim, diante dos homens e de Deus.

Senti lágrimas nos olhos. esperava que me vestido fosse apropriado, afinal tinha custado três vezes mais garantiu titia, a modista que atendia a mansão, vendo a urgência, aproveitou para se beneficiar com o preço exorbitante, mas titia se sentiu satisfeita, disse que realmente o vestido foi feito para uma duquesa. Era branco puro, com muitas camadas de cetim e revestido de tule leve e fino, deixando as saias bem volumosas, o corpete era apertado como estava na moda, deixando minha cintura ainda mais fina e todo bordado em prata, formando lindos padrões que se repetiam na barra das saias. Um véu finíssimo cobria meu rosto até a cintura e descia pelas minhas costas a se arrastava numa calda enorme atrás de mim. Meus cabelos tinham sido lavado e secos com toalhas quentes e caíam sedosos e soltos nas costas. Os brincos idênticos ao anel foram trazidos por Thomas ao nosso quarto e titia chorou quando finalmente fiquei pronta.
Titia me desejou felicidades e ficou vermelha quando disse o que aconteceria em nossa cama  logo mais a noite, ela já sabia que eu sabia mas disse que era seu dever, para que eu não temesse nada e deixasse "tudo fluir naturalmente", que deixasse tudo com Will, porque ele era experiente e saberia "conduzir tudo como deveria ser" e quando entramos na carruagem que nos levaria à igreja ela disse que era importante que eu "não ficasse tensa, para que não doesse". Ela estava constrangida mas pareceu aliviada quando eu afirmei que me lembraria dos seu conselhos. 

A cerimônia foi rápida e linda, e quando dissemos nossos votos de fidelidade um ao outro, o céu clareou com os primeiros raios de sol. Ficamos todos admirados em como coincidiu o sol nascer naquele exato momento. Tudo passou num borrão e quando dei por mim estava deitada pra descansar antes do almoço, na enorme cama de dossel do duque, ou melhor na nossa cama.
Ele tinha sido proibido de entrar ali até depois do jantar disse titia. ele foi levado por Thomas e outros homens que estavam no casamento para o escritório, certamente para conversarem e para fumar um charuto longe das damas presentes, como era costume. Mas notei que ele olhava pra trás até sumir escada abaixo e seu rosto estava contrariado. Todos os convidados foram convidados à retornar à mansão para o almoço de casamento que aconteceria às três da tarde.
Fiquei deitada na cama ainda com meu vestido de noiva, com pensamentos impróprios para uma duquesa, pensando o que aconteceria naqueles lençóis de cetim negros em breve e que fosse de minha vontade e da vontade de Deus, que eu concebesse uma criança ainda naquela noite, orei baixinho. Sorri e fechei os olhos adormecendo em seguida sonhando com lindas crianças de olhos cinzentos.

Quando acordei titia falava sem parar, criadas despejavam baldes de água quente na banheira, abriu as cortinas e o sol da tarde inundou o quarto, apareceu com um lindo vestido de veludo vermelho bordado com fios de prata que formavam pássaros nas mangas e no corpete , me puxou pelas mãos até que eu fiquei em pé ainda bocejando.
Meu corpo estava dolorido por ter dormido com meu vestido de noiva e pela surpresa de algumas atrás que eu vi realmente que não era um sonho quando Thomas bateu na porta e trouxe um bilhete de Will, eu ri em lembrar o que meu marido escreveu, fiquei vermelha até a raiz dos cabelos e joguei o bilhete na lareira.
"Minha esposa querida, ansioso para ficarmos finalmente à sós, mal posso esperar por beijá-la inteira, com amor, W"

Titia entrou em pouco depois e com um batalhão de criadas, o vestido foi arrancado pela minha cabeça. Depois de um rápido banho me ajudou a me vestir e fez um lindo penteado em cascata no meus cabelos. Prendeu um pente de osso cravejado de diamantes em meus cabelos e um colar igual no meu pescoço. Quando olhei no espelho eu perdi o fôlego, era uma visão maravilhosa. Meu rosto estava corado e minhas entranhas se contorciam de antecipação.
--Agora todas as jóias são suas minha querida, Will faz questão disso! Titia também estava com outro vestido e cheirava à rosas, com certeza ela arrumou tempo para um banho, afinal era ela quem receberia os convidados no hall de entrada.

Durante o almoço que teve sete pratos, sopas e pães, mais quatro sobremesas, eu mal toquei na comida, ansiosa demais para comer, as horas se arrastavam e como bom anfitrião, o duque conversava com todos e sempre erguia sua taça toda vez que alguém sugeria um brinde. Ele conversou com todos os presentes, riu com cortesia, mas sempre me olhava da cabeceira da mesa com seu olhar cinzento de predador. Eu não aguentava mais esperar, queria estar com ele finalmente, abraçar e nunca mais soltar. Mas teria que esperar até todos irem embora. O relógio batia exatamente as dezenove horas, e não havia sinal de ninguém partir. Meu traseiro dava câimbras de ficar tanto tempo sentada. Pensei em arrumar uma desculpa para me retirar, mas nenhuma pareceria de bom tom. O jeito era esperar. O rosto de Will não transparecia nada seus sentimentos, mas pelos olhares furtivos, parecia tão ansioso quanto eu.
Fomos colocados sentados nos extremos da mesa, bem de frente um para o outro, mas pelo tamanho da mesa uma conversa era inviável. Podíamos somente nos olhar, numa tortura para os sentidos. Eu estava tão feliz que achei que fosse desmaiar, belisquei um pedaço de bolo doce de limão, o meu preferido e quando mastigava quase engasguei com o olhar de Will, ele engolia junto comigo, num sinal claro que ele queria a mesma coisa que eu, sair correndo dalí um no braço do outro.

Willian

O maldito almoço se transformara em jantar e ninguém mais parecia querer voltar para seus afazeres. Fiquei pensando se poderia inventar uma desculpa, mas não queria parecer um noivo ansioso demais, e quando o relógio bateu às dez da noite eu me levantei num rompante, não suportaria mais nenhum cumprimento ou felicitações de bêbados. Olhei todos da mesa então todos se levantaram também, dando por encerrado o detestável almoço/jantar. Expliquei que a festa continuaria nos jardins e que todos estavam convidados à passar a noite, mas eu e a duquesa estávamos muito cansados com os últimos acontecimentos que precisávamos nos retirar.
Entre muitos risos e aplausos consegui dar a volta na mesa e puxar Kat pela mão e subir as escadas calmamente.
Quando alcançamos o andar superior, estava vazio e me deu um imenso alívio não ouvir mais as vozes e a música que continuaria até muito mais tarde.
A duquesa segurava minha mão com um pouco a mais de força que o normal, olhei seu rosto e Kat mordia os lábios, certamente nervosa como eu. Eu a abracei ali em frente nosso quarto e a olhei nos olhos.
--Você confia em mim? --Queria tranquiliza-la. Ela sorriu e me apertou ainda mais.
--Claro que sim, com minha vida... Mas eu tenho medo de não saber... -- Eu a silenciei com um beijo. Não queria que ela fosse temerosa à nossa cama. Olhei em seus olhos verdes e a beijei na testa.
--Não há nada à temer minha doce esposa, temos toda nossa vida para estarmos juntos e eu jamais faria qualquer coisa para machucá-la, no seu coração ou ao seu lindo corpo, você me entende?--Kat sorriu e assentiu com a cabeça.
Empurrei a porta com o pé escancarando-a, peguei minha linda esposa no colo e caminhei até a cama 

Continua...

sexta-feira, 29 de setembro de 2017

Vídeo novo no canal!


Aprenda à fazer sabões de todos os tipos, líquidos e em barras!

Aprenda à fazer sabão sem sair de casa!

No meu canal no YouTube temos vídeos que ensinam à fazer muitos tipos de sabões caseiros.
São sabões para todos os gostos, usos diversos, com cores e funções específicas. Confira abaixo fotos dos sabões variados que você pode aprender nos vídeos.
Os vídeos são objetivos, curtos e explicados detalhadamente e mesmo depois, se restar alguma dúvida, fique à vontade para comentar nos vídeos e ou mandar um email para: esterhuggler@gmail.com, que terei o maior prazer em ajudar. Veja as fotos e se apaixone você também pela "sabãoterapia". Faça sabões caseiros com os óleos que seriam descartados e ajude o planeta e o seu bolso, ambos agradecem! Lembrando que no canal também temos receitas de sabões sem o uso de SODA CÁUSTICA, então acesse e escolha qual mais se adapta ao seu estilo!

Esses sabões variados você encontra no canal no youtube, acesse  aqui

Fazendo sabões caseiros estamos ajudando à poluir menos, reaproveitando óleos que seriam descartados na natureza, poluindo solo e água, seja consciente!

No canal temos muitos vídeos explicativos passo à passo ensinando à fazer sabões líquidos e em barras pra você aprender e nunca mais esquecer e economizar muito, é claro!
 Acesse a playlist que tem todos os sabões do canal, você clica e vai direto nos vídeos desse tema, sem precisar ficar procurando, clique aqui e confira!
Seja esperto, economize com a compra de sabões industrializados que nem sempre trás o resultado esperado e que muitas vezes, ainda polui os rios e o solo,  e tenha consciência! Se cada um reciclasse o seu lixo o planeta estaria salvo, você pode começar reutilizando o seu óleo usado para fazer esses maravilhosos sabões!
Eu entrei nessa de fazer sabão como terapia e virou um maravilhoso hobby, agora faço, distribuo para família, faço doações até na igreja que frequento, com amor e perseverança chegaremos lá com certeza! Faça sabão caseiro e seja feliz!

Ester Huggler

Veja como é fácil reaproveitar sobras de sabão caseiro! (vídeo novo!)


quarta-feira, 20 de setembro de 2017

Nova História (capítulo 3)

Katerinne

Ele estava voltando e eu estava nas nuvens. Demorou algum tempo para ele ser localizado e finalmente voltaria no dia seguinte. Titia nunca me disse o que relatara na carta para o duque e eu não perguntei. Não queria saber, estava nervosa demais com nosso encontro iminente. Minha aparência não era das melhores mas, eu tentaria muito estar apresentável. Olheiras fundas marcavam meus olhos, o rosto estava mais fino e pálido e meu vestido precisou ser ajustado nos dois lados. Certamente se apaixonar não tinha nada de belo como diziam os romances, era tudo sofrimento sem fim, como aprendi na prática.
O duque já era imponente o bastante por ser da realeza mas, na verdade, o que o tornava nobre, além da sua imensa beleza física, era, sem dúvida, a beleza de sua alma. Ajudar a paróquia local com suprimentos para o inverno, era uma das muitas atividades sociais que ele estava envolvido. Titia Dóris me explicou que sem a ajuda do duque, o pároco não teria como alimentar ou abrigar do frio os andarilhos e pedintes.
Tudo era feito de forma discreta, afinal os mais abastados acreditavam que não deviam ajudar ou sequer interferir no modo de vida das pessoas simples e que sua situação era normal. Um absurdo!
Saber de suas enormes virtudes só fez crescer ainda mais meu amor por Will, não sabia que seria possível amar tanto.
Tomei um longo banho de banheira e lavei os cabelos. Escolhi com cuidado uma roupa para o dia seguinte. Uma que o duque tinha me dado no mesmo dia que me trouxera o potro árabe. Um vestido lindo verde, bordado com fios de ouro nas mangas que desciam até o chão. Os padrões bordados nas saias mostravam tulipas entrelaçadas umas nas outras. Um vestido lindo que destacavam meus olhos.
Seria com esse que eu o receberia em casa. Queria deixá-lo satisfeito mas sem  deixar transparecer meus sentimentos, tinha medo de ser mandada embora para a escola ou mesmo para o convento.
Eu seguiria à risca o conselho de titia, amá-lo de longe, porque pelo menos agora estaríamos juntos.
Tudo foi preparado para o dia seguinte, titia fez questão disso. A mansão em estilo gótico foi limpa de alto à baixo, roupas de cama, toalhas e cortinas foram trocadas. Os alimentos preferidos de Will foram comprados na cidade e pré-preparados. Teríamos carne assada, batatas grelhadas e muitas frutas, leite, ovos, suco de frutas, uma infinidade de doces, pudins e geléias e é claro, whisky, seu preferido era um escocês que eu nem sei o nome, com um cheiro delicioso, mas ao abrir a garrafa e respirar o cheiro eu fiquei levemente tonta com o álcool. Uma bebida cara, sem dúvida.
Eu fui para a cama bem tarde da noite e dormi imaginando se levaria uma bronca por tudo o que aconteceu. Afinal de contas o duque era meu guardião legal e responsável por mim. Eu não tinha idéia do que eu falaria para ele já que eu não poderia dizer meus motivos.
Escutei um barulho de carruagem mas pensei que fosse um sonho. Levantei correndo da cama e me enrolei num robe e olhei para fora pela alta janela e vi uma carruagem chegar. Fosse quem fosse estava numa carruagem de aluguel, não dava para saber de quem se tratava, a carruagem era preta e seus ocupantes foram encobertos pela noite e entraram anônimos na mansão. Fui para o corredor e olhei para o enorme relógio de pêndulo no final deste, eram exatamente três da manhã.
O barulho dos criados começou lentamente e logo depois começou a aumentar, cinco minutos depois a casa era uma correria. Titia me encontrou no corredor ainda com trajes de dormir e me mandou voltar para o quarto, eu obedeci prontamente. Semanas de sono irregular cobraram seu preço e eu estava dormindo em pé.
Mas minha curiosidade não me deixava dormir e depois de meia hora rolando na cama eu decidi levantar. Fosse quem fosse era uma inconveniência chegar a essa hora sem avisar na casa de quem quer que fosse. Quando abri a porta dei de cara com titia, ela estava pálida e me gritou.
--Kat querida, apresse-se, o duque chegou e quer vê-la imediatamente! --Ela me empurrou para dentro do quarto. --Desça agora, ele quer vê-la já.
Ela enfatizou a palavra já, que me deu um frio na espinha. Eu fiz sinal de pegar o vestido verde passado e dobrado no encosto da cadeira e ela não permitiu, me puxou pela mão até a porta, Thomas, o servo do duque estava na soleira chamando pelo meu nome.
--Vá, Kat, vá! --Titia tentou me passar uma confiança que ela não sentia dando tapinhas na minha mão entre as suas. Eu me olhei no espelho, com cabelo solto e desgrenhado e com camisola e robe brancos eu parecia um fantasma.
Dei um risinho de nervoso e desci a escada com Thomas logo atrás de mim. Bati na porta de seu escritório e entrei.  Com um aceno ele dispensou Thomas e ficamos sozinhos no imenso cômodo que também era usado como biblioteca. Uma única vela estava acesa sobre a mesa e não iluminava bem o ambiente. O duque estava no lado oposto à luz e não dava para ver seu rosto.
Fiquei de pé esperando que ele dissesse ou fizesse algo. Se passaram alguns minutos e eu podia sentir seus olhos cinzentos sobre mim. Ele ainda estava de roupa de viagem e com a cartola sobre a cabeça, seus cheiros vieram até mim numa mistura deliciosa de sua colônia com seu cheiro incrivelmente bom que era só dele. Ele estava sentado na sua cadeira com os braços em cima da mesa, uma das mãos estava esticada e segurava uma pena, com a outra ele apoiava o queixo num sinal de cansaço. Não podia saber pelo seu rosto envolvido na escuridão o que se passava por sua cabeça. Podia sentir a tensão no ar e meu coração passou de acelerado à descompassado.
--Sente-se Kat. --Eu me assustei com sua voz tão familiar, como eu senti saudade de voz rouca e macia ao mesmo tempo!
Eu me sentei de frente para ele e o duque se curvou sobre a mesa, dando para vê-lo agora perfeitamente sobre a luz.
Ele sorria para mim, mas seus olhos quase negros na pouca luminosidade , como um céu de tempestade, me  olhavam tristes. Seu rosto estava magro e seus lindos olhos estavam com olheiras,  talvez ele adoecera na viagem. Fiquei preocupada com ele. A cartola era preta, assim como sua gravata. O fraque num lindo tom de vinho borgonha que destacava seus olhos e sua tez pálida. Num impulso eu sorri de volta. Ele percebeu algo em meu rosto pois ele puxou minhas mãos entre as suas e as manteve segurando e olhando nos meus olhos.

Dóris

Eu não sabia se tinha tomado a atitude correta. O nervosismo fazia meu estômago se contorcer dolorosamente. Foi arriscado escrever ao duque e contar tudo o que ocorreu. Mas eu devia isso à ele. Ele me trouxe para morar na mansão mesmo não sendo tão chegado à mim. Sempre tive fama de chata por querer tudo em ordem e sabia que Will tendo uma vida tão boêmia, de mulheres, bebida e noitadas, jamais teria me dado a oportunidade de ir "vigia-lo" pessoalmente. Ele nunca fugiu de suas responsabilidades por causa disso, sempre levou bem à serio seu título e posição, era na vida pessoal que ele se excedia as vezes, como se faltasse algo e ele estivesse sempre procurando por algo que o completasse sem nunca encontrar, eu sentia a tristeza da casa e quando Kat chegou tudo mudou para melhor, ele sorria e parecia não tão perdido nos deveres como antes.
Mas ele não teve escolha é claro. Sendo eu irmã de sua mãe e única parente viva e precisando resolver a questão com lady Katerinne, ele se viu livre de dois problemas duma vez. Trouxe para morar em sua casa as duas mulheres que ele devia cuidar, para uma cuidar da outra e eu fiquei apreensiva no início. Por não ter convivido com ele na infância e ele logo ter sido mandado para Oxford eu não sabia que tipo de homem ele havia se tornado.
Mas com surpresa vi que ele era o melhor dos homens, honesto e fiel até a medula,  justo com todos que estavam sobre seus cuidados. Respeitando e cuidando para que tivessem uma boa vida. Cuidava pessoalmente de tudo e de todos, desde o jardineiro até Thomas, seu amigo e aliado, que o ajudava inclusive com o parlamento e suas questões jurídicas.
Zelava pelo bem estar comum e ajudava a caridade em tudo o que podia. Ele não lembrava em nada o pai bruto e sem alma que o antecedeu. O pai havia morrido de tanto beber, batia na duquesa para descontar suas frustrações e pouco depois da morte do duque a duquesa também faleceu, deixando-o sozinho. Ele se tornou um homem admirável e eu me orgulhava por isso. Ele merecia um amor como o de Kat para alegrar sua vida e formar uma família.
Mas não sei como ele reagiu ao ler minha carta. Ele chegou com uma expressão indecifrável no rosto, gritando ordens e mal me cumprimentou. Exigiu a presença de Kat em seu escritório e fechou a porta na minha cara.
Contei tudo o que se passou na sua ausência e falei do imenso amor de Kat, como ela sofreu e ela no entanto não sabia disso. Eu só orava baixinho, torcendo para que se acertassem. Eles formariam um lindo casal e fiquei pensando em como seria bom ter crianças correndo pela casa com lindos olhos verdes ou cinzentos, dependendo da vontade de Deus.

Willian

Ela estava linda. Incrivelmente bela apesar de todo seu excesso. Seu belo rosto estava mais fino e sua cintura, ainda mais fina. Ela sofreu como eu. Fiquei observando suas mãos apertar a camisola nas laterais do corpo. Ela estava nervosa e isso era bom porquê eu também estava.
A camisola branca de seda delineava seu corpo como uma segunda pele. Mostrava sutilmente seus quadris curvilíneos e descia até seus pés descalços. Deviam estar frios no piso gelado de pedra, mas ela parecia não se importar.
Seus seios fartos subiam e desciam com sua respiração entrecortada e só então pedi que se sentasse. Tinha medo que ela desmaiasse ou algo do tipo.
Eu fiquei observando- a na semi escuridão do escritório e meu coração se encheu de amor por ela. Como ela poderia me amar? Tão mais velho e devasso, certamente não era o melhor candidato à marido.
Tinha certeza que titia havia contado tudo sobre mim. Flagrara as duas conversando na cozinha à respeito da casa de madame Elise. O que estaria pensando? Que eu era um degenerado sem dúvida! Para chegar no meio da noite e arrastá-la para a biblioteca e sem dizer coisa alguma.
Num ímpeto puxei suas mãos e as prendi entre as minhas sobre a mesa. Queria contar o que estava acontecendo, e que Deus me ajudasse.
--Kat... eu...--As palavras não vinham, eu tinha um nó no estômago, talvez ela me achasse precipitado.-- Ela esperava que eu dissesse mais alguma coisa e de repente seus lindos olhos verdes começaram a se encher de lágrimas e eu me segurei para não chorar junto. Me doia profundamente o seu pesar.
--Eu quero que assine esse documento e então seremos marido e mulher, quer ser minha duquesa?

--Disse de uma vez só e então engoli o nó na garganta e tentando parecer calmo soltei suas mãos e retirei um grosso papel dobrado de dentro do bolso da camisa que usava por baixo do fraque e o coloquei sobre a mesa. Era o contrato de casamento providenciado por Thomas, a partir daquele dia ela realmente pertenceria à mim de fato e de verdade, e se Deus ajudasse, em breve de corpo e alma!
 Ela me olhava com olhos arregalados e de boca aberta. Segurei o papel e tentei desamassá-lo sem tirar os olhos do rosto dela. Seu rosto se iluminou como um céu depois de passada a tempestade.
--Senhor, me diz que não é um sonho, que não estou louca finalmente, afinal quase enlouqueci nos últimos tempos, por favor...-- Fiquei em pé e dei a volta na mesa para fazê-la ficar em pé, mas suas pernas tremiam tanto que a fiz se sentar novamente ficando eu de joelhos para ficar quase igual nossa altura, nossos rostos à centímetros um do outro.
--É claro que é um sonho meu anjo, só que um sonho que se torna realidade hoje, se você me aceitar, é claro, por favor diga que ao menos vai pensar no assunto? --Minha insegurança e medo podiam ser sentidos no tom da minha voz, é claro que ela podia me recusar, mas eu morreria só de pensar na possibilidade, e ela então sorriu, o riso mais delicioso, aquele que me enchia de desejo e antecipação, e me abraçou tão apertado que eu mal consegui respirar. Ficamos bons minutos abraçados ouvindo as batidas aceleradas de nossos corações em uníssono, temendo que fosse de fato um sonho e que quando acordássemos, estaríamos de volta à nossas miseráveis vidas de solidão anteriores.

Quando nos afastamos eu segurava suas mãos, ainda muito próximos um do outro, ela timidamente olhou para meu lábios, em um convite mudo para um beijo, então me aproximei com minha boca e gentilmente arrebatei seus lábios em um beijo suave, não queria assustá-la com todo meu ardor masculino, queria que tudo fosse suave e prazeroso para ambos... Mas não no chão da biblioteca! Quando fui me afastando ela me olhou indignada e me enlaçou pelo pescoço e me beijou com toda a sua força, num beijo tão delicioso quanto quente, que quase me levou ao êxtase, sua língua timidamente penetrou minha boca e se entrelaçou na minha, num beijo que prometia muito mais. Uma batida suave na porta nos trouxe de volta a realidade. Com dificuldade e a respiração entrecortada, separamos nossas bocas.
--Agora não, quando precisar de algo eu chamarei! --Minha voz autoritária a assustou, ambos rimos e nos colocamos de pé.
--Por favor me diga que aceita ser a duquesa e minha esposa, eu não suporto mais esperar...--Ela riu e ficando nas pontas dos pés beijou meus lábios e se abraçou a minha cintura encostando sua linda cabeça em meu peito.
--Claro que aceito Will, nada no mundo me faria mais feliz, podemos assinar logo? Quero te beijar mais e não parece certo fazer isso sem ser de fato sua esposa. Ela ainda abraçada à mim me olhou nos olhos, seus lindos olhos verdes faiscavam, prometendo muito, muito mais...


Continua...





sexta-feira, 26 de maio de 2017

Nova História (capítulo 2)

Katerinne
Quando o dia amanheceu eu não tinha dormido, meus olhos estavam inchados e vermelhos. Quando titia bateu na porta eu me recusei à abrir veementemente. Não queria descer para o café da manhã com essa imagem de derrota. Nunca mais queria vê- lo! 
Levantei da cama com um nó estrangulando minha garganta, que insistia em permanecer ali não importando o quanto eu o engolisse.
Olhei no espelho da penteadeira e me assustei com a minha aparência, e decidi por fim, que iria encará- lo de frente, não daria o braço à torcer nem que o ciúme me matasse por dentro.
E nunca diria uma palavra sobre o assunto, e queria vê-lo, sim, não importa o que disse antes, vê-lo era tudo para mim, estar com ele por poucas horas diariamente era uma imensa felicidade e eu não iria me privar disso. 
Eu aproveitaria cada segundo da sua companhia, afinal não sabíamos quanto tempo ele demoraria para tornar oficial seu noivado, porquê nenhuma mulher recusaria um duque. Qualquer duque talvez, mas não esse modelo de perfeição divina. Will tinha tudo o que uma mulher poderia sonhar, riqueza e beleza e acima de tudo o poder. Poderia transformar o mais lindo sonho em realidade em um estalar de dedos, não havia nesse mundo quem ou o que não pudesse ser comprado com a quantia certa.
 
Dei um longo suspiro imaginando quem era a afortunada, aquela que foi capaz de entrar no coração do duque, titia disse que ele nunca amou nenhuma, teve muitas, sim, mas nenhuma que lhe alcançasse á alma. Nenhuma lhe tirou o apetite ou o deixou tão arrebatado. Tia Dóris temia que seria a primeira e única paixão de Willian. E eu temi que não houvesse lugar para mim nessa sua nova vida. 

Tirei a camisola e me banhei na água fria da bacia. Quando finalmente estava pronta e desci, titia Dóris me disse que ele havia deixado a mansão antes de amanhecer e que não sabia quando o duque voltaria. Eu entrei numa tristeza sem fim, não sabia o que fazer para o tempo passar mais rápido. Nadei com as garotas no clube, fiz horas de aulas de bordado que eu detesto, apostei corridas de cavalo com meu garanhão puro-sangue árabe, presente do meu amado duque. E os dias passavam à passo de tartaruga. Algumas das garotas do clube achavam que eu havia enlouquecido, e quando Cádmo torceu uma pata em uma dessas corridas, eu entrei em desespero, fui levada às pressas à mansão pelo cavalariço Charles e pela criada que me acompanhava em todos os passeios quando titia não podia me acompanhar.

Titia Dóris chorava e gritava, achava que eu havia sido brutalizada por algum bandido que rondava o clube procurando uma dama desprotegida como eu. Eu não conseguia falar, apenas chorava e apontava para fora, na esperança que socorressem o pobre Cádmo e curassem sua pata.
--O que eu fiz? Ele deve estar sofrendo muitíssimo... Na minha dor e loucura... eu não queria machucá-lo, não de propósito, por favor...
--Por favor o médico, ai meu Deus Santíssimo, o que dirá Will? Que não sirvo para... o médico Charles, corra e o traga até aqui... Titia saiu gritando coisas ininteligíveis aos empregados e eu sequer ouvi ou entendi algo.
Ninguém me dava ouvidos ali estirada no chão, com a roupa amarrotada, cabelos cheios de sujeira e chorando descontroladamente, parecia uma visão de um hospício, e acho que eu estava mesmo enlouquecendo!

Passaram-se mais três semanas do ocorrido no clube e nenhuma notícia relacionada ao duque chegou até nós. Fui mandada à cama, de repouso absoluto, nada de idas ao clube, ou nada do tipo, percebi a cara feia do médico quando soube que o acidente se dera por causa das corridas de cavalo. Quando eu me acalmei um pouco eu pude explicar que quem se ferira foi Cádmo e não eu, então mandaram chamar o melhor tratador de cavalos do ducado para atendê-lo e só então deixei ser cuidada também. O médico saiu dizendo a mesma coisa que Will me disse quando escolhi esse nome para o potro árabe quando o ganhei de presente à três meses. --É um nome grego para um cavalo árabe? E riu uma gargalhada que me aqueceu até a alma. Eu então o expliquei que ele era um imigrante e como tal poderia se chamar do que quisesse. E ele riu mais ainda, até vir lágrimas aos olhos, e eu ri junto, até a barriga doer... Só que agora não tinha graça nenhuma. Titia me disse que havia mandado chamar o duque às pressas, que ela temia que eu tentasse algo estúpido e que, dessa vez eu poderia quebrar o pescoço.
Meu coração doía e a cada carruagem que chegava eu pulava de alegria, só para saber que eram as carruagens dos correios ou o coche do leiteiro. Ficar sem ele, era morrer um pouco a cada dia.


William
Ter decidido viajar tão repentinamente foi a melhor decisão. Já não podia confiar em minha própria sanidade por perto de Kat. Estava prestes à fazer alguma loucura. Ficar longe de casa e longe dela era quase impossível. Eu não comia e nem bebia, tudo o que eu fazia era lembrar daqueles olhos verdes e faiscantes me observando.
Na verdade eu estava tão perto, não tinha saído da Inglaterra, mas não sabia o que deveria fazer, não estava tratando de negócios, estava fugindo, como um covarde.
Mas voltaria, é claro. Tinha obrigações na câmara dos lordes e já ficara fora tempo demais. Fui à todos os clubes da região, óperas, saraus, palestras e apresentações de danças e afins. Quando terminou o último ato de Romeu e Julieta eu estava tão perturbado que via Kat desfalecida no chão no lugar da atriz que interpretava Julieta. 
Voltei para o hotel em que estava hospedado bêbado demais para raciocinar, de carruagem alugada e em farrapos, não sabia onde tinha perdido minha cartola ou meu casaco. Thomas esperava com uma cara de preocupação que me deu remorso. 
--Milorde, até que enfim! Meu Deus, foi assaltado? Devo chamar a guarda? Chegou uma carta de Lady Dóris, o senhor deve voltar imediatamente...
Eu não ouvia as palavras direito, meus olhos se fecharam contra minha vontade assim que caí na cama.

Acordei pela manhã com um Thomas andando nervosamente pelo quarto. Ele me olhava por cima de seus óculos e nunca na vida o vi tão preocupado dessa maneira. Ele era meu advogado e amigo mais fiel desde que herdei o ducado e seu pai serviu ao meu muito tempo antes, lealdade era seu sobrenome.
--Que inferno Thomas, minha cabeça lateja, seja o que for pode esperar pelo menos minha cabeça parar de girar? Levantei cambaleando até o banheiro adjacente e me olhei no espelho, olhos vermelhos com olheiras horríveis me fitaram de volta, cabelos sujos e embaraçados, roupas sujas e amarrotadas, não lembravam em nada o duque de York. Lavei meu rosto na água fria da bacia e sequei o rosto, e lentamente as memórias foram voltando.

--O que aconteceu? Diga de uma vez! Ele me olhou pasmo, riu e passou as mãos pelo cabelos.
--O senhor sumiu à três dias, eu o procurei em toda parte, para te encontrar naquele antro... O senhor gastou dinheiro com aquela... atriz, todo o dinheiro da viagem...-- Ele cuspiu as palavras e foi ficando vermelho, parecia que teria uma síncope. 
--Acalme-se e me diga qual é o problema de verdade, sente-se aqui --Puxei a cadeira da penteadeira para que ele se sentasse enquanto eu mesmo sentava na beirada da cama. Quando ele se sentou sua cor foi lentamente voltando ao normal enquanto ele respirava profundamente várias vezes. Eu pude perceber a preocupação genuína em seu rosto e me senti culpado de verdade.

--Desculpe Thomas, eu não sei o que está acontecendo comigo, eu... --Lágrimas vieram contra a minha vontade até meus olhos, eu pigarreei e limpei-as com a costa da mão, era uma frustração e uma vergonha... Ainda me restava um pouco de amor próprio, não choraria na frente dele ou de qualquer outro. Ele sorriu e depois me olhou nos olhos com uma pergunta muda estampada neles. 
--Aconteceu não foi? Meu Deus, você está apaixonado Will, me diga que... não, não, não! É a senhorita... lady Kat?-- Ele me olhou de boca aberta por um tempo e depois riu da minha desgraça.
--Não se atreva, eu não, ela... Sim eu sei, você está certo eu não... O que eu posso fazer? --Eu disse me jogando de bruços na cama, derrotado.

Thomas me olhava e andava em círculos pelo quarto, me dava náuseas continuar olhando para ele. 
--Pare de andar pelo quarto desse jeito, que inferno, está me deixando cada vez mais nervoso!--
Ele me olhou e se sentou na beirada da cama de costas para mim. --Tenho algumas notícias para você meu amigo; --Ele me olhou tão sério que me deu calafrios. Eu o encarei sentando na cama ao lado dele. 
--Você foi roubado pela última prostituta que você trouxe para cá, lá se foi seu relógio, sua cartola e seu casaco, sua carteira com todo o dinheiro também... Mas isso não importa agora, eu... --Ele tirou uma carta amassada do bolso e a estendeu à mim. Eu peguei com dedos trêmulos.
--Parece que você não é o único dado à loucuras, e nem o único apaixonado aqui...-- Ele riu ruidosamente e me apertou os ombros. 
--Parabéns Will, você merece meu amigo, case-se logo e nos poupe de mais escândalos.

Eu sem entender nada abri a carta de Tia Dóris e a li três vezes e sorri, como a muito tempo não sorria! Vá até o banco Thomas e arranje algum dinheiro, estamos voltando pra casa... e me compre algo apresentável para vestir. 

Continua...

quarta-feira, 24 de maio de 2017

Nova história

(Willian)
De onde eu estava, na varanda do primeiro andar eu podia facilmente vê-la correr pelos jardins. Ela estava muito feliz nessa manhã, sorria tão facilmente e tão espontaneamente que meu coração falhou uma batida. Foi uma ótima idéia de minha tia convidar suas amigas para o café da manhã na mansão, estava feliz por ter permitido. Vê-la sorrir era meu mais novo passatempo favorito, porquê não era um sorriso falso ou forçado, era um sorriso que aquecia do meu coração à ponta dos meus pés. Ela usava um vestido rosado, com ricos detalhes bordados em ouro, um presente meu, o qual só valorizava seus lindos cabelos longos e castanhos que contrastavam lindamente com sua pele branca e aveludada. Seu rosto em forma de coração, assim como seus lábios estavam cheios e rosados, corados pelo exercício. O pequeno nariz levemente arrebitado dava um ar arrogante e jovem ao seu belo rosto. Elas corriam e brincavam de pegar umas às outras. Seus cabelos esvoaçavam soltos, lindamente desalinhados, a fita de cetim que antes amarrava seus cabelos no alto da cabeça agora balançava enroscada no arbusto esquecida. De vez em quando ela me olhava, talvez pensando que o barulho podia me atrapalhar ou até me aborrecer.
Dei uma olhada no jornal que estava ao lado da bandeja intocada de café da manhã e desisti de lê-lo. Meu desjejum foi servido no quarto, não era de bom tom que o duque comesse com dez ou doze garotas sem que elas estivessem acompanhadas de familiares de idade e posição similares ao do duque. Fiquei feliz por não ter que comer e responder perguntas sobre moda, rendas e sapatos, afinal todas as garotas da idade dela eram frívolas e superficiais, treinadas apenas para lidar com questões sem maiores importância, sem muito interesse à coisas e pessoas que realmente valiam a pena. Muitas não sabem nem o que acontece no quarto entre marido e mulher, uma lástima! 
A verdade era que não conseguia me concentrar desde que me tornei guardião da filha de Ethan. O trabalho se acumulava e eu não conseguia raciocinar. Os livros com a contabilidade das propriedades costumavam me prender por horas, agora mal consigo folhear algumas páginas. Eu não tinha idéia do quanto estava solitário até trazê-la para casa, foi tão assustador no início, mas se tornou a única alegria dos meus dias enfadonhos e repetitivos, ela trouxe vida e luz aos corredores vazios e frios da mansão. 
Eu odiei meu melhor amigo por morrer, e depois o odiei ainda mais por deixar sua filha sobre minha proteção. O que eu entendo de crianças? Nada! E entendo muito menos de jovens damas na idade de debutar e arranjar um marido! Senti os nós dos dedos doerem e então me dei conta que segurava a xícara de café com força demais, estava tenso o tempo todo agora. Soltei a xícara com um baque que quase se partiu em duas sobre a mesa de mogno. Lembrei de quando fui buscá-la no colégio interno e descobri que não se tratava de uma criança e sim de uma linda jovem! Não sabia o que fazer e fiquei protelando por meses, alegando problemas nos negócios, e quando não havia mais desculpas eu fui cumprir minha promessa de buscá-la e protegê-la, pude sentir sua alegria e alívio ao deixar aquele lugar. E quando a vi pela primeira vez não sabia que quem precisaria de proteção seria eu! 
Ela é uma doce garota obediente e muito comportada como toda jovem dama bem nascida da alta sociedade deve ser, mas sem perder sua própria personalidade. O seu encanto principal, fora a beleza e caráter impecáveis é, sem dúvida nenhuma, sua espontaneidade e sinceridade, daquele tipo de franqueza que não mente só para agradar alguém. E sobretudo, não gosta só de "coisas de damas" como ela mesma diz. Ela ama jogar pôquer, apostar corridas de cavalo com ela mesma sobre o lombo do animal e muitas coisas que são proibidas às mulheres pelas convenções machistas da sociedade inglesa. Pensei em proibir seus jogos e diversões tipicamente masculinas, mas ela pareceu tão triste que voltei atrás quando ela me prometeu nunca comprometer sua reputação com tais brincadeiras.
Os dias transcorriam velozes, com a rotina diária sempre quebrada por uma visita de um potencial pretendente à sua mão ou mais jovens damas ricas querendo conhecer a mais nova protegida do duque de York. Era uma infinidade de coisas a serem feitas, compradas ou preparadas por ter uma jovem dama em casa. Até convidar minha tia solteira e chata para morar conosco não pareceu de todo ruim, tudo se tornara melhor e mais feliz com sua presença. A presença de minha tia foi absolutamente necessária, é claro, segundo as regras da sociedade, afinal uma dama solteira não morava com um homem também solteiro sozinhos na mesma casa sem uma mulher de respeito morando na mesma casa para guardar a reputação da jovem. Era uma nova rotina que eu estava tão acostumado que não suportaria vê-la voltar ao estilo antigo, dos meus dias de solidão. 
Tinha certeza que esse dia chegaria depressa, o dia que ela me deixaria para seguir sua vida com seu marido em sua própria casa. Mas eu não estava preparado para isso, e acho que nunca estarei!
Levantei da mesa e andei dois passos até a grade de proteção da sacada e olhei para as garotas que brincavam com ela e percebi que nenhuma delas se comparava à ela, eram todas da mesma idade, nenhuma tinha mais de dezessete anos, mas eram insípidas demais, com movimentos ensaiados e modos afetados, nenhuma se destacava como ela. Eu sabia que muitas estavam ali não só pela amizade, mas influenciadas por seus espertos pais casamenteiros na esperança de fisgar o duque nos laços matrimoniais. É óbvio que me casarei um dia, afinal ainda preciso de um herdeiro, mas não sei se serei capaz de encontrar alguém que me tire o sono dessa maneira como ela faz, que me faça passar noites em claro sonhando acordado com lábios parecendo fruta madura prontos para serem mordidos.
Senti o sangue correndo rápido nas veias e respirei fundo várias vezes para aplacar a chama do desejo, isso nunca iria acontecer! De todas ela é a única proibida para mim. Sou eu quem deve protegê-la de pensamentos como esse, eu devo ser o cavalheiro e não o lobo atrás da porta. Afinal um duque de minha posição não dorme com sua protegida e nem se casa com ela, a futura noiva deve ser de posição igual ou superior, não uma mera lady, filha de um mero barão. Meu amigo se reviraria no túmulo se soubesse o quanto quero estar com ela nua em meus braços. Respirei profundamente e pisquei os olhos mas de nada adiantou. A única imagem que me aparece em sonhos, tanto dormindo como acordado, é o rosto dessa linda jovem dama. Não importa quantas visitas eu faça à casa de madame Elise, nunca mais estive realmente satisfeito, nenhuma mulher, nem as mais experientes podem aplacar meu apetite descontrolado.
Devo ter feito algum barulho pois ela se afastou do grupo e deu alguns passos em minha direção e olhou para cima, com uma mão na fina cintura e outra sobre os olhos protegendo-os do sol de verão. Fechei os olhos por um instante e segurei com força na grade de proteção para não cair, porquê não precisava vê-los para saber o quão lindos aqueles olhos são. 
Olhei para ela e ela sorriu, e num ímpeto sorri de volta. Olhos verdes intensos da cor de esmeraldas me encararam com certa preocupação. Senti meu coração disparar loucamente e comecei a suar.
--O senhor está bem, meu querido duque? --Eu respirei fundo jogando o cabelo para trás.--Claro que sim querida, volte para suas amigas, Katerinne-- Respondi encarando-a alguns segundos com o coração aos saltos. Dei as costas encerrando o assunto e voltei para dentro do quarto.
O que eu faria agora? Não sou tão jovem e nem inexperiente para me apaixonar por mocinhas debutantes, mas era o que realmente tinha acontecido quer eu goste ou não. Eu estava perdido! 
Nos meus trinta e sete anos de vida eu nunca senti amor por nenhuma mulher, apenas a necessidade física que ansiava por ser satisfeita. Mas tudo era resolvido rapidamente no subúrbio da cidade. Eu pagava adiantado e muito bem, e em uma hora ou duas estava acabado como havia começado, sem muita conversa e sem nomes, apenas negócios. Mas agora nem Madame Elise e suas garotas me atraem mais, receio estar enlouquecendo.


(Katerinne)
Eu percebi que há algo errado com o duque, é claro! Ele estava radiante nessa manhã, vestido de negro dos pés à cabeça, apenas a gravata branca contrastava com todo o resto. Os cabelos na altura dos ombros esvoaçavam soltos na brisa da manhã com tons castanhos claros e brilhantes refletindo o sol. O rosto era sem dúvida nenhuma o mais bonito que já vi na vida, com malares altos, boca bonita e dentes perfeitos e brancos. Os olhos são tão lindos que me pego sonhando com eles quando durmo e acordada também, de um lindo e hipnótico tom de cinza, como um céu de tempestade. A barba por fazer era negra, como os cílios e sobrancelhas que emolduravam os olhos, realmente uma visão dos deuses. Ele ainda me encarou com um raro sorriso que fez meu coração saltar, tinha certeza se ele estivesse mais perto poderia ouvi-lo bater. Mas ele desviou o olhar cedo demais e entrou nos seus aposentos, era sempre assim quando nossa conversa ficava pessoal demais, eu não sei do que ele tem medo, mas é óbvio que tem medo de algo.

Eu me esforcei ao máximo para me adaptar à casa e à nova rotina fora da escola. Eu faria qualquer coisa para não voltar para aquele lugar esquecido por todos, lá era o lar dos rejeitados, órfãos como eu e filhas virgens que os pais queriam que permanecessem assim até o casamento. A surpresa maior for conhecê-lo sem dúvida, imaginar um duque velho e decrépito e conhecer um lindo aristocrata tinha sido demais para mim na ocasião. Meu coração bateu acelerado até muito depois de sua partida. 

Ele chegou na hora marcada, se apresentou e me avaliou de cima a baixo, não levou nem dez minutos e ele já partiu com uma promessa que voltaria para me levar para casa. Mas eu pude ver a surpresa em seu rosto, se era positiva ou negativamente nunca saberei dizer. Eu orei por dois meses para que ele voltasse e me levasse daquele lugar triste e quando ele voltou foi o dia mais feliz da minha vida, eu nunca tinha saído daquela escola e era maravilhoso ver um pequeno pedaço do mundo através da janela da carruagem.

Na mansão do duque eu fiquei sabendo de sua rotina cansativa de trabalho, vários dias da semana na câmara dos lordes, os outros dias eram gastos com verificações de livros de contabilidades e propriedades por todo o país. Uma vida dura e sem muito tempo para gastar com qualquer pessoa que fosse. Tia Dóris, a tia solteirona do duque me explicou tudo que uma dama poderia saber sobre meu querido, sim já amado de todo coração duque Willian, ou como diz titia: jovem Will. Que para eu me dar bem na administração da casa eu deveria saber de algumas coisas sobre os homens, primeira: Deveria obedecê-lo em tudo, afinal era Willian que nos dava sustento e proteção do seu respeitado nome. Segunda: Nunca se intrometer nos seus negócios, já que cuidar disso era tarefa exclusivamente masculina; e por último e mais importante: Nunca, jamais perguntar onde os homens e principalmente o duque vai às sextas-feiras a noite. Ela me disse depois de eu insistir muito, que homens tem desejos carnais que precisam serem satisfeitos regularmente para se tornarem dóceis e até manipuláveis em nosso favor. --Um homem satisfeito não tem muitos problemas na vida, consequentemente também não teremos, querida Kat!-- E que eles frequentavam uma certa casa no subúrbio, a casa de Madame Elise e que uma dama não devia jamais mencionar ou perguntar a respeito. Fiquei horrorizada quando ela me explicou o ato em si. Na escola as professoras nos davam o exemplo da cópula animal para termos uma idéia e muitas garotas desmaiaram ante a possibilidade da vida de casada.

Saber que ele desejava e se aliviava com outras mulheres me fez arder de ciúmes. Ele se banhava, fazia a barba, se perfumava com sua colônia de almíscar e saía lá pelas quatro da tarde na sexta e voltava muito depois de todos estarem dormindo. O seu quarto era no lado oposto ao meu, um de frente para o outro,  no amplo corredor cheios de quartos vazios. O quarto de titia era ao lado do meu é claro. Mas quando via os criados subirem com a água quente para encher sua banheira meu coração se entristecia profundamente. E quando ele voltava eu sempre estava acordada e respirava aliviada por ele ter voltado à salvo para casa.
Ele batia levemente na minha porta e entrava por um ou dois minutos e eu sempre fingia dormir. Ele escancarava a porta para os criados não fazerem mexericos, acendia a vela da cabeceira e me olhava encostado na porta velando meu sono, depois dava um beijo em meus cabelos e se retirava em silêncio e nós nunca comentávamos sobre isso pela manhã no desjejum, certamente ele pensava que eu não percebia suas visitas.

Nossa vida entrou em uma rotina agradável, ele nunca estava em casa, sempre ocupado, mas quando estava, como agora, fazia questão de passar uma ou duas horas assim, mesmo ocupado e de longe mas presente, me observando e me sorrindo de vez em quando e eu amava esses momentos. Fiquei feliz dele me dar a administração da sua casa principal em York, onde nós três morávamos com uma ampla criadagem. Assim percebi que não seria mandada para a escola novamente ou para o convento. Eu deveria aproveitar ao máximo esses momentos, afinal um duque não ficaria solteiro para sempre pois precisava de um herdeiro e lindo como é sua futura duquesa pode não querer uma dama órfã e solteira competindo sua atenção em sua casa.
Mas eu precisava focar no agora, não suportaria me separar de sua companhia, nem que fosse para ir para minha própria casa com meu futuro marido. A verdade era que temia morrer se ficasse sem ele. Ele me recebeu de braços abertos, com receio sim, mas quando não tinha obrigação de fazê-lo. Ele poderia ter me deixado lá para apodrecer como muitos pais e tutores fazem, mas me acolheu em seu lar. 

Quando ele viaja por alguns dias ou até algumas semanas ele sempre volta com um presente ou uma lembrança, como esse vestido que me trouxe de Paris. Fiz questão de vesti-lo ao saber que o duque estaria presente. E foi delicioso ver seu meio sorriso de satisfação ao ver que eu usava seu presente nesta manhã. Era uma doce rotina sem muitas surpresas até sexta-feira passada quando ele não saiu para sua visita à casa de Madame Elise. Mas fiquei muito feliz quando veio me ver tarde da noite mesmo não tendo saído de casa. Ele bateu e entrou no quarto de titia, conversou algo e ambos riram, era delicioso ouvi-lo sorrir tão naturalmente. Conversaram por mais alguns minutos e então desejaram boa noite e veio até minha porta. Pude ouvi-lo bater e entrar, andar três passos até a cabeceira e acender a vela, pegar a cadeira da penteadeira e sentar próximo da porta aberta, de modo que se um criado o visse saberia que estava ali com muito respeito. Ele ficou sentado e depois de alguns minutos ele ficou de pé e andou nervosamente pelo quarto, se aproximou da cama e me beijou no rosto. Pude sentir o cheiro de whisky misturado deliciosamente com sua colônia.
--Boa noite, minha querida Kat! Tenha sonhos doces como você...--Sussurrou em meus cabelos e saiu do quarto apagando a vela e batendo a porta.

E desde semana passada algo estava muito errado com meu querido Will, ele não comia direito e eu sempre o flagrava me olhando com olhos tristes e eu daria um dedo da mão direita para saber o que estava tirando seu sossego, algo muito grave ocorria com ele, sem dúvida! Eu me perguntava a todo momento se não precisaríamos chamar o médico, já que em seis meses ele nunca faltou em nenhuma visita à casa de Madame Elise, teve ocasião de ele ir três vezes na mesma semana e agora já fazem quase duas semanas que ele não sai de casa.

Quando comentei com titia Dóris ela riu muito e eu fiquei furiosa, como ela poderia rir de minha preocupação? Eu chorei muito e desabafei com ela, disse que o amava de  todo coração e que não suportava vê-lo sofrer. Titia me consolou, disse que ninguém morre de desejos insatisfeitos e que se ele não se interessava mais em frequentar tal casa, só significava uma coisa, ele estava apaixonado! E me aconselhou jamais confessar meu amor, que era mais seguro para mim esconder tais sentimentos ou o duque poderia até mesmo me mandar embora para a escola ou convento, que o duque jamais se interessaria por uma mocinha como eu. Chorei muito a noite toda. E odiei com todas as minhas forças a mulher por quem ele se apaixonara.

Continua...

terça-feira, 25 de abril de 2017

Filmes fofos para assistir com o Boy

Oi gente linda, tudo bem? 
Hoje vim indicar alguns filmes para vocês assistirem com o "boy magia" ou com a "mina top" de vcs, rsssss!
Sabe aqueles dias de chuva e que você está cansada demais para sair para um rolê e quer ficar em casa curtindo seu amor? E já está cansada de ficar assistindo o mesmo jogo Brasil X Alemanha que seu amor tem gravado, pois é, acreditem! Tem um "ser" que gravou e adora rever sempre para aprender e "não cometer os mesmos erros", kkkk, é rir para não chorar.
Pensando nisso resolvi indicar alguns filmes muito bons de romances, mas não aqueles chatos e melosos que faz o boy dormir na segunda cena, mas aqueles legais e super atuais, com amores delicados e complicados, exatamente como a nossa vida deve ser.
Sinopse: Abby Richter (Katherine Heigl) é produtora de um programa de televisão competente e conservadora. Com os indíces de audiência caindo, seu chefe tem a ideia de contratar da concorrência Mike Chadway (Gerard Butler) do programa “A Verdade Nua e Crua”. Assim, de um hora para outra, a controladora e eterna romântica Abby se vê obrigada a aceitar como colaborador um cara machista, grosseiro e “especialista” em revelar o que – realmente – atrai os homens nas mulheres. Com as relações amorosas em baixa, ela recorre aos “serviços do consultor” para conquistar o vizinho e o resultado obtido acabou sendo além do esperado. Filme muito legal, com cenas de rachar de rir!

Sinopse: Jamie (Mila Kunis) é uma jovem recrutadora de Nova York que convence um cliente em potencial (Justin Timberlake) a deixar seu emprego em Los Angeles para trás e aceitar um emprego na Big Apple. Ele aceita a proposta e logo os dois se tornam bons amigos. Um dia, após assistir um filme na casa dela, surge o papo do quanto a carência sexual incomoda ambos. Eles fazem um pacto de que terão apenas sexo, sem qualquer envolvimento emocional. Só que, aos poucos, a intimidade faz com que eles se tornem cada vez mais próximos e interessados um no outro.Filme lindo com cenas hilárias, vale super a pena ver!

Sinopse: 1 Night – Passado e presente colidem quando dois casais exploram o amor ao longo de uma noite em um hotel.  Casal já mais velho relembra primeiro encontro no mesmo hotel em que estão hospedados. E se perguntam se vale a pena recomeçar, filme lindíssimo!
E vocês gostaram dessa minha escolha de filmes, vejam em casa e depois comentem, vou amar saber a opinião de vcs sobre cada filme, bjão amores!

domingo, 12 de fevereiro de 2017

 Fadados à destruição (Cap 22)

O meu bebê era tão lindo que me doía o peito. Olhar seu frágil corpinho alí, enrolado em trapos não o deixava menos bonito. Senti meu coração doer de aflição. -O que será de nós pequeno?- Sussurrei perto de seu pequeno ouvido. Ele se aconchegou ao meu seio e mamava forte, ávido por mais, mais leite, mais tempo talvez no aconchego dos meus braços...
O parto foi difícil e quando não me restava mais forças ele nasceu, meu pequeno híbrido amado, que seria a união ou a destruição de nossas raças. Eu não conseguia entender o amor de mãe, até agora. Ao vê-lo meu coração foi inundado por algo inexplicável, surreal, como se tudo se tornasse pequeno e distante demais para que merecesse atenção. Meu pequeno bebê era a âncora que me prendia à sanidade, eu sabia disso agora, meu mundo se tornou seu pequeno corpo em meus braços.

Seus olhos faiscaram quando soltou meu seio e chorou fazendo biquinho. As chamas estavam em seus olhos também, assustadoramente bonitas. Seus cabelos eram negros e seus olhos azuis, assim como Niga. Uma pequena cópia do pai, lindo demais para ser humano, mas humano demais quando chorava demonstrando toda sua fome. Uma mistura deliciosa e perfeita de nós dois.

A pequena cabana em que estávamos instalados era guardada dia e noite, então eu não dormia, com medo que entrassem no meio da noite e o levassem para longe de mim, mais do que nunca eu ansiava por Niga. 
-Onde está você meu amor?


Longe dali...

Eu andava de um lado para o outro quando desci do carro, olhava com frequência para o relógio agora, o seu tic-tac me deixava de um jeito que até agora eu não conseguia entender. Irritado era a palavra, ansioso também! Eu não conhecia essas emoções extremas antes de vir para cá. Em meu mundo estávamos preocupados demais no fim do mundo para nos dar ao luxo de nos preocuparmos com nós mesmos. 
Éramos como abelhas atarefadas, todas reunidas em um grupo, pensando em grupo, pelo bem de todos, mas fadadas ao inevitável, à destruição, seja por qual motivo for de suas mortes, os humanos são os causadores diretos ou indiretos, mesmo assim elas não aprendem e não evoluem para se defender, continuam suas vidas da mesma forma a milhares de anos, trabalhando do mesmo jeito, com a mesma dedicação para a rainha e sua comunidade. E continuam a desaparecer cada vez mais do planeta, vão desaparecer completamente num futuro próximo. Mas o melhor de suas miseráveis vidas é que elas não sentem seu fim chegando, são felizes em sua ignorância completa de seu fim trágico.  
Assim nós também nos condenamos quando aterrissamos aqui pela primeira vez, achávamos que estávamos preparados para tudo isso, mas não tínhamos nem idéia de como seria realmente, era tudo suposições patéticas e teses, que se provaram todas superficiais demais ao tentar entender a psique humana. Somos agora eternamente fadados ao fracasso, nunca os entenderemos realmente assim como eles também não conseguem se explicar. Seus métodos e motivações continuam à leva-los ao fim trágico e à destruição em massa, e nos continuaremos à amá-los, tenho certeza disso agora, exatamente porquê são imperfeitos, brincando de amor e ódio e de fazer guerra.

E a tristeza maior era que sabíamos que estávamos perdendo o controle, e não tínhamos meios para mudar isso, acho que nunca os controlamos de verdade, são sentimentais até a medula. Sempre os guiando para todas as direções, mesmo que eles não saibam disso. 
São capazes das maiores atrocidades, mas é claro que não todos, assim como minha Susan pode me amar, sem reservas, sem limites... Meu coração doeu de saudades dela, de medo do que nos reservava o futuro. 
Eu me entregaria de novo mil vezes ao desespero que estou sentindo agora se isso me fizesse ter certeza que a veria uma vez mais. Tinha certeza que seria para sempre escravo desse sentimento doloroso que era amar Susan, mas seria escravo voluntariamente e submisso desse amor profundo, não importando quais barreiras humanas ou não que eu tivesse pela frente. 

Mas ao contrário das abelhas, eu tenho certeza da minha destruição, de uma forma ou de outra, eu não sairei ileso disso, era muito tarde para mim e para os meus, estávamos mudados demais, de maneiras irreversíveis, fadados à nos destruir juntos.

Continua...