(Cap 18) Risos e lembranças
Dois dias depois recebemos a notícia de que voltaríamos no dia seguinte. Já esperávamos por isso, mas mesmo assim ficamos abalados com a notícia.
Não fizemos nada, ficamos o dia todo namorando e a noite tomamos banho.
Depois de uns sanduíches, deitamos na enorme cama e ficamos ali, em silêncio, aproveitando nosso tempo juntos. As estrelas estavam tão lindas que me fazia querer chorar.
Eu não queria voltar, não queria ser vigiada dia e noite, receber olhares estranhos, queria somente Niga. Não queria ser olhada como um bicho no zoológico. As mulheres eram tão estranhas quanto os homens, me olhando tentando entender o que eu tinha de tão interessante que fazia que seus homens me encarassem embasbacados. Na verdade eu suspeitava que não era só por ser bonita, mas por ser diferente de todas as outras mulheres. O cabelo vermelho não era comum nem nesse mundo, imagino como deve ser estranho pra eles.
Não fizemos nada, ficamos o dia todo namorando e a noite tomamos banho.
Depois de uns sanduíches, deitamos na enorme cama e ficamos ali, em silêncio, aproveitando nosso tempo juntos. As estrelas estavam tão lindas que me fazia querer chorar.
Eu não queria voltar, não queria ser vigiada dia e noite, receber olhares estranhos, queria somente Niga. Não queria ser olhada como um bicho no zoológico. As mulheres eram tão estranhas quanto os homens, me olhando tentando entender o que eu tinha de tão interessante que fazia que seus homens me encarassem embasbacados. Na verdade eu suspeitava que não era só por ser bonita, mas por ser diferente de todas as outras mulheres. O cabelo vermelho não era comum nem nesse mundo, imagino como deve ser estranho pra eles.
Era como se não bastasse ser alienígena e de um povo estranho e inferior, eu era tratada como aberração, uma híbrida única da espécie, um mero acaso genético.
Nesse mundo olhavam meus cabelos vermelhos com admiração ou inveja, já eles como se eu fosse culpada de algo que eu não sabia.
O fardo desse casamento começou, a partir de que eu soube que voltaríamos, a ficar mais pesado.
Nesse mundo olhavam meus cabelos vermelhos com admiração ou inveja, já eles como se eu fosse culpada de algo que eu não sabia.
O fardo desse casamento começou, a partir de que eu soube que voltaríamos, a ficar mais pesado.
-Olhe pra mim. -Ele me disse de repente. Eu virei meu rosto diretamente pra ele, ele acariciava meus cabelos e começou a fazer uma trança com nossos cabelos juntos, formando um lindo contraste preto e vermelho.Se alguém da Fortaleza pudesse vê-lo agora, com certeza sairia gritando e me levariam pra forca. Seu cabelo enorme e lindo, totalmente bagunçado, sem camisa e calça preta de moletom, o uniforme totalmente esquecido em algum lugar, o rosto suave e distraído, pensando no que diria a seguir, o rosto de um menino descansado, no corpo lindo de um homem. Quando prestei atenção novamente ele esperava eu sair do transe dos meus pensamentos, com uma fingida irritação, ele era educado demais para me interromper. Olhei pra ele e deixe que ele dissesse o que queria dizer.
-Você sabe que quando voltarmos não ficaremos o tempo todo juntos e que você retomará as aulas de nossa cultura e história, não é? Você deverá aprender tudo o que uma esposa precisa pra auxiliar um marido-Ele me olhava nos olhos com adoração e as mãos hábeis continuavam a fazer a longa trança.
-Sim, mas a noite será nossa... -Eu disse me aproximando e beijando-o.
Fiquei pensando em como me dei bem em tê-lo como marido, poderia ser qualquer outro. Um desses que fazem a guarda noturna e parece ter cara de paisagem, que certamente são treinados para não demonstrar qualquer tipo de emoção, como eu me afundaria ainda mais na tristeza tendo um marido que me olhasse como se eu fosse um abajur. Agora eu podia ver como precisávamos um do outro quando no conhecemos, em como eu estava afundada na dor da perda e da clausura e como ele enfrentava uma vida totalmente diferente e a batalha dia após dia para se adaptar, para parecer forte para seus homens, para demonstrar que o amor a profissão pode ajudar a superar tudo.
Eu podia sentir agora como somos importantes um para o outro, como ligamos nossa vida desesperadamente um ao outro, no início por obrigação, depois como válvula de escape e agora um arrimo sem o qual não podemos viver.
Como se faltasse um membro, como se um estivesse ligado ao outro, não só fisicamente e emocionalmente, mas uma coisa indecifrável e não mensurável pela lógica. Era difícil pensar que até agora eu tinha vivido sem experimentar esse sentimento pleno de olhar nos olhos de alguém e saber que é naquele olhar que você queria estar e que nada no mundo faria você deixar de ter essa certeza.
Eu estava perdida nesses pensamentos quando ele retribuiu o beijo, nossos corações imediatamente martelando nos ouvidos, se eu podia ouvir ele certamente ouvia os batimentos como baques surdos e logo depois ficou sério, lembrando novamente de algo que queria dizer, parecia preocupado com algo.
-O que houve?-Ele disfarçou a preocupação e me olhou com um sorriso lindo nos lábios.
-Você sabe que quando voltarmos não ficaremos o tempo todo juntos e que você retomará as aulas de nossa cultura e história, não é? Você deverá aprender tudo o que uma esposa precisa pra auxiliar um marido-Ele me olhava nos olhos com adoração e as mãos hábeis continuavam a fazer a longa trança.
-Sim, mas a noite será nossa... -Eu disse me aproximando e beijando-o.
Fiquei pensando em como me dei bem em tê-lo como marido, poderia ser qualquer outro. Um desses que fazem a guarda noturna e parece ter cara de paisagem, que certamente são treinados para não demonstrar qualquer tipo de emoção, como eu me afundaria ainda mais na tristeza tendo um marido que me olhasse como se eu fosse um abajur. Agora eu podia ver como precisávamos um do outro quando no conhecemos, em como eu estava afundada na dor da perda e da clausura e como ele enfrentava uma vida totalmente diferente e a batalha dia após dia para se adaptar, para parecer forte para seus homens, para demonstrar que o amor a profissão pode ajudar a superar tudo.
Eu podia sentir agora como somos importantes um para o outro, como ligamos nossa vida desesperadamente um ao outro, no início por obrigação, depois como válvula de escape e agora um arrimo sem o qual não podemos viver.
Como se faltasse um membro, como se um estivesse ligado ao outro, não só fisicamente e emocionalmente, mas uma coisa indecifrável e não mensurável pela lógica. Era difícil pensar que até agora eu tinha vivido sem experimentar esse sentimento pleno de olhar nos olhos de alguém e saber que é naquele olhar que você queria estar e que nada no mundo faria você deixar de ter essa certeza.
Eu estava perdida nesses pensamentos quando ele retribuiu o beijo, nossos corações imediatamente martelando nos ouvidos, se eu podia ouvir ele certamente ouvia os batimentos como baques surdos e logo depois ficou sério, lembrando novamente de algo que queria dizer, parecia preocupado com algo.
-O que houve?-Ele disfarçou a preocupação e me olhou com um sorriso lindo nos lábios.
-Nenhuma novidade, você é esposa de um general do Alto Comando, e eu seu marido.-Ele me olhou como se fosse dizer alguma coisa, ou me dar uma bronca, mas parou e me olhou quase zangado, como se de repente ficasse com raiva de algo e eu comecei a ficar com um receio, como se ele soubesse de algo que não estava me contando.
-O que está acontecendo? -Perguntei- O que você está me escondendo? -
Ele sorriu novamente e me deitou junto com ele, apoiou sua linda cabeça na minha barriga e eu afagava seu rosto, com sua barba espetando meus dedos.
-Não é nada... Apenas não sei como será daqui pra frente, terei missões a cumprir, coisas a fazer, estarei muito ocupado, poderei ficar dias longe...
Eu calei seus lábios com os meus, lágrimas escorregadias teimaram em cair dos meus olhos em seu rosto, fazendo com que ele chorasse também.
-Ele limpou meu rosto com suas enormes mãos que em seguida enxugou na calça, segurou a trança e se sentou de frente pra mim.
-Estaremos sempre juntos, se assim você quiser... -Ele me disse com a voz embargada -Mesmo estando longe estaremos unidos, prometa!
-Claro que sim, prometo, agora e sempre!
-O que está acontecendo? -Perguntei- O que você está me escondendo? -
Ele sorriu novamente e me deitou junto com ele, apoiou sua linda cabeça na minha barriga e eu afagava seu rosto, com sua barba espetando meus dedos.
-Não é nada... Apenas não sei como será daqui pra frente, terei missões a cumprir, coisas a fazer, estarei muito ocupado, poderei ficar dias longe...
Eu calei seus lábios com os meus, lágrimas escorregadias teimaram em cair dos meus olhos em seu rosto, fazendo com que ele chorasse também.
-Ele limpou meu rosto com suas enormes mãos que em seguida enxugou na calça, segurou a trança e se sentou de frente pra mim.
-Estaremos sempre juntos, se assim você quiser... -Ele me disse com a voz embargada -Mesmo estando longe estaremos unidos, prometa!
-Claro que sim, prometo, agora e sempre!
Dormimos e quando acordamos já era de manhã. A nossa conversa ainda me assombrava como um pesadelo. Eu estava me esforçando para pensar em outra coisa que não fosse nossa volta.
Só então percebi o carro parado, estava a uma distância pequena da cabana e já nos esperavam impacientemente.
Tudo o que fizemos foi tomar banho e trocar de roupa, entrar no carro e partir.
Fiquei olhando a cabana até ela sumir nas dunas de areia. Niga sentado ao meu lado olhava diretamente pra frente, o rosto bonito estava distraído, distante, indecifrável e o motorista do carro olhava vez ou outra pelo espelho retrovisor e o rosto era de poucos amigos.
Só então percebi o carro parado, estava a uma distância pequena da cabana e já nos esperavam impacientemente.
Tudo o que fizemos foi tomar banho e trocar de roupa, entrar no carro e partir.
Fiquei olhando a cabana até ela sumir nas dunas de areia. Niga sentado ao meu lado olhava diretamente pra frente, o rosto bonito estava distraído, distante, indecifrável e o motorista do carro olhava vez ou outra pelo espelho retrovisor e o rosto era de poucos amigos.
Era como se, ao voltar, ele assumisse de novo aquele personagem assustador, a mesma carranca que ele usava quando nos conhecemos.
A viagem de pouco mais de duas horas passou tão rápido que quando dei por mim, já estávamos entrando no portão fortemente guarnecido da Fortaleza.
Um arrepio percorreu minha espinha, peguei na mão de Niga e ele deu um leve aperto pra me confortar e soltou rapidamente, e sequer me olhou. Parecia que muita coisa mudaria, e eu teria pouco tempo pra me habituar.
A viagem de pouco mais de duas horas passou tão rápido que quando dei por mim, já estávamos entrando no portão fortemente guarnecido da Fortaleza.
Um arrepio percorreu minha espinha, peguei na mão de Niga e ele deu um leve aperto pra me confortar e soltou rapidamente, e sequer me olhou. Parecia que muita coisa mudaria, e eu teria pouco tempo pra me habituar.
Fomos recebidos com festa e ambos os povos nos esperavam no longo caminho que separa o portão da entrada da Fortaleza, fomos carregados separados por muitas pessoas que nos levaram a mesas de pessoas curiosas querendo saber notícias nossas. Nas mesas de humanos eu podia perceber uma tensão e logo em seguida um certo alívio, ao perceberem que eu, nesses dois meses de ausência, eu não tinha sido dissecada para estudo, quando nos levaram, nos separaram por portas diferentes, enquanto nos afastávamos eu o olhava mas ele não olhou de volta. Foi um alívio quando a festa terminou, todas aquelas comidas estranhas faziam meu estômago revirar, todas aquelas pessoas fazendo muitas perguntas e falando ao mesmo tempo, minha cabeça latejava.
Quando estava dentro da Fortaleza fui lavada e enxugada como nos velhos tempos e colocaram um lindo vestido verde água até os joelhos, com uma cintura dura como espartilho que afinou ainda mais minha cintura. Meus cabelos foram presos num rabo alto e nos cachos que se formaram, foram penduradas pedras verde- água em forma de pingo. Uma sandália baixa e chique de um lindo tom de dourado foram calçadas em meus pés.
Imediatamente o "alien" que me ensinava surgiu ali para algumas aulas.
Quando estava dentro da Fortaleza fui lavada e enxugada como nos velhos tempos e colocaram um lindo vestido verde água até os joelhos, com uma cintura dura como espartilho que afinou ainda mais minha cintura. Meus cabelos foram presos num rabo alto e nos cachos que se formaram, foram penduradas pedras verde- água em forma de pingo. Uma sandália baixa e chique de um lindo tom de dourado foram calçadas em meus pés.
Imediatamente o "alien" que me ensinava surgiu ali para algumas aulas.
Minhas costas doíam pela coluna estar muito reta à horas, a cintura dura do vestido não permitia que eu relaxasse na postura. Eu aprendia rapidamente, a língua tão estranha era absorvida por minha mente e começava, aos poucos, fazer sentido. Eu comecei a aprender quando me dei conta que certos padrões de sons se repetiam nas palavras, formando símbolos iguais em palavras diferentes, como se fossem as vogais deles.
Quando dei por mim já era noite e meu professor saiu quando o meu jantar chegou, eu estava morta de cansaço, eu só queria subir e dormir enrolada no corpo incandescente de Niga, perguntei por ele e disseram que ele estava ocupado e não viria, que ele comeria por lá mesmo.
Eu devorei rapidamente a torta de frango com azeitona, sozinha no imenso salão principal, quando acabei de comer ainda esperei por uma hora até que alguém aparecesse e me dissesse pra subir pro nosso antigo quarto.
Eu devorei rapidamente a torta de frango com azeitona, sozinha no imenso salão principal, quando acabei de comer ainda esperei por uma hora até que alguém aparecesse e me dissesse pra subir pro nosso antigo quarto.
Quando entrei a janela estava aberta e uma brisa fresca deliciosa balançava a longa cortina.
Corri pra ver se Niga me esperava mas ele ainda não tinha chegado.
Soltei os cabelos e cada minúscula pedra, deixei cuidadosamente na beirada da pia do banheiro, o vestido não estava conseguindo soltar as amarras das costas, procurei por uma tesoura que eu sabia que tinha na gaveta da pia e não encontrei.
Quando eu tentava puxar inutilmente as pontas atrás das costas, dedos hábeis começaram a desamarrar uma a uma.
Corri pra ver se Niga me esperava mas ele ainda não tinha chegado.
Soltei os cabelos e cada minúscula pedra, deixei cuidadosamente na beirada da pia do banheiro, o vestido não estava conseguindo soltar as amarras das costas, procurei por uma tesoura que eu sabia que tinha na gaveta da pia e não encontrei.
Quando eu tentava puxar inutilmente as pontas atrás das costas, dedos hábeis começaram a desamarrar uma a uma.
-Você não cortaria esse lindo vestido não é? - Uma gargalhada conhecida ecoou no quarto. Eu quase gritei de alívio e segurei o ímpeto infantil de me jogar nos braços dele e gritar histericamente o quanto eu estava feliz em vê-lo.
Tinha certeza que ele tinha escondido a tesoura em algum momento depois que chegamos.
-Eu o faria em pedaços se tivesse que tirá- lo sozinha- Confessei entre risos.-
Niga me virou de frente pra ele e apoiou seu queixo na minha cabeça e suspirou.
-Senti sua falta- Ele sussurrou no meu ouvido.
Eu ri de nervosismo- Já? -Provoquei-
-Sim, o tempo todo -Ele confessou se afastando e eu pude ver que sua roupa era branca com linhas verdes água, combinando com meu vestido, como antes.
Ele também notou a semelhança das roupas e riu tão deliciosamente que me deu vontade de abraçá-lo e nunca mais soltar...
Meu porto seguro me olhava e eu olhava de volta, me dando conta de que uma nova vida estava começando e eu tinha certeza que poderíamos superar qualquer obstáculo, desde que ele continuasse a me olhar assim, desde que ficássemos assim sempre juntos, sendo o complemento da vida do outro...
Continua...
Oi minha amiga querida amei o post! BEIJOS
ResponderExcluirObrigada amiga querida, delícia te ver por aqui!
ExcluirConsegui!:)
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