(Cap 12) Mergulho
Hoje seria então o grande dia. Hoje eu me uniria para sempre com um "homem" para o resto de minha vida! O frio na barriga se intensificou, era quase um ataque de pânico!
Desde o jantar eu não tinha visto Niga, ele sequer voltou para o próprio quarto.
Desde o jantar eu não tinha visto Niga, ele sequer voltou para o próprio quarto.
Nesses três dias eu aprendi muito sobre sua gente e cultura, como era suas vidas antes da evacuação total do planeta natal, o colapso de seu sol obrigou centenas de milhares a deixarem seu planeta para sempre, eles nunca poderiam voltar, tudo lá estava morto sem a luz solar. Eu pude notar a tristeza no semblante do homem encarregado de me ensinar, ele falou e depois se calou, deu as costas e não se virou por vários minutos. Fiquei condoída pela situação deles pela primeira vez. E não pude deixar de ver sua tristeza refletida no vidro da janela. Lágrimas cintilantes escorriam e desciam sem controle pelo rosto bonito, contrastando com a frieza sempre mostrada por todos.
As chamas estavam lá também, brilhantes e assustadoras, mas nesse momento tudo que pude sentir ao vê-las foi uma imensa vontade de consola-lo, dizer que estavam a salvo agora, que tudo vai ficar bem. Como se, dizendo várias vezes, fossem realmente se tornar real.
As chamas estavam lá também, brilhantes e assustadoras, mas nesse momento tudo que pude sentir ao vê-las foi uma imensa vontade de consola-lo, dizer que estavam a salvo agora, que tudo vai ficar bem. Como se, dizendo várias vezes, fossem realmente se tornar real.
Hoje eu vou vê- lo, não sei o que dizer, o que fazer, minha mente está oca, como se eu estivesse vivendo a vida de outra pessoa.
Depois do jantar não sei se ele me odeia, se ele me deseja, só sei que ambas as expectativas me apavora!
Depois do jantar não sei se ele me odeia, se ele me deseja, só sei que ambas as expectativas me apavora!
Depois do café da manhã, fui levada para fora da fortaleza pela primeira vez desde que cheguei aqui. Vistiram me uma camisola tão fina que eu tinha certeza que todos viam tudo, como se estivesse completamente nua, não adiantou nada que eu protestasse e gritasse. Fui levada até o grande lago Esperança, o lago que abastece a cidade, para começar os rituais, (um dos muitos) do casamento.
Esse se constituía em mergulhar um de cada margem, e nadando, encontrar o outro no meio do lago, e juntos, mergulhar três vezes sem soltar as mãos, um de frente pro outro.
Esse se constituía em mergulhar um de cada margem, e nadando, encontrar o outro no meio do lago, e juntos, mergulhar três vezes sem soltar as mãos, um de frente pro outro.
Quando chegamos ao lago, duas horas depois de viajar por dunas de areia sobre carros feitos para o deserto, um mergulho seria muito bem vindo.
Quando desci do veículo, meu rosto estava vermelho e quente, o cabelo solto e embaraçado, a camisola a muito colada no corpo devido ao suor. Andamos alguns metros até a margem e muitas pessoas aguardavam a realização da cerimônia.
Pessoas humanas e não humanas, ambas as raças vestidas à rigor sentadas à sombra de arquibancadas.
Quando desci do veículo, meu rosto estava vermelho e quente, o cabelo solto e embaraçado, a camisola a muito colada no corpo devido ao suor. Andamos alguns metros até a margem e muitas pessoas aguardavam a realização da cerimônia.
Pessoas humanas e não humanas, ambas as raças vestidas à rigor sentadas à sombra de arquibancadas.
Repassei mentalmente tudo que meu professor me ensinou. Andar até a margem e esperar o Daine, (uma espécie de mestre de cerimônia), a me apresentar, e só então entrar na água.
Eu vi o Daine e minhas pernas começaram a tremer, comecei a respirar fundo tentando me acalmar. Todos vestiam azul em uma variedade imensa de tons, as mulheres usavam fita branca entremeadas nos mais variados penteados. Os homens deixaram os cabelos soltos e sem nenhum adorno, (como se precisassem!). Então o vi, na outra margem e meu coração disparou.
Ele vestia somente uma espécie de bermuda branca, os cabelos soltos ondulavam ao vento. Ele me encarava com um rosto sereno e controlado, como se cada passo fosse altamente treinado antes.
O Deine começou a cantar uma linda canção e todos se emocionaram, soava uma melodia linda, mesmo dita naquela língua indecifrável.
Quando terminou ele me chamou com um aceno. Eu me aproximei devagar, com medo que minhas pernas falhassem.
O Deine começou a cantar uma linda canção e todos se emocionaram, soava uma melodia linda, mesmo dita naquela língua indecifrável.
Quando terminou ele me chamou com um aceno. Eu me aproximei devagar, com medo que minhas pernas falhassem.
-Lá vem Susan Petrus, que se unirá com Niga, da família de nós todos! Vamos contemplar o banho deles simbolizando a fartura de anos juntos, que sejam muitos como as gotas que formam esse lago, e como esse lago, que frutifiquem!- Todos aplaudiam e comemoravam.
Então essa era a minha deixa, mergulhei e fui até o fundo cristalino, a sensação da água fria era boa demais, subi para pegar ar com os pulmões ardentes. Ele já tinha mergulhado também, tudo que podia fazer era encontrá-lo. Olhei para os lados no fundo do lago e não vi nada além de algas e peixes, subi novamente e voltei a mergulhar. O pânico sempre crescente dentro de mim.
Olhei de novo e então o vi. Duas chamas inconfundíveis me olhavam de volta, me guiando até ele, seus cabelos dançando em volta de sua cabeça tinham um ar sinistro, ele movia lentamente as pernas, permanecendo no mesmo lugar por alguns segundos. Ele foi se aproximando com algumas braçadas e pegou em minhas mãos e ambos submergimos. As chamas tinham sumido. Seu rosto era indecifrável como a melodia. A água escorria por seu rosto refletindo a luz do sol, era uma visão mágica que não pertencia a esse lugar de guerra.
Demos as mãos e afundamos três vezes e então todos os alienígenas começaram a se jogar na água também, de roupas e tudo. Os humanos começaram a mergulhar também depois que notaram que era uma comemoração. Era como se todos respirassem depois de muito tempo segurando a respiração.
Ficamos nos olhando um tempo e depois resolvemos sair da água para se secar.
Eu não pude deixar de notar a felicidade de ambas as raças, todos rindo e mergulhando como crianças, todas as diferenças deixadas de lado por um instante, fazendo a paz.
Ficamos nos olhando um tempo e depois resolvemos sair da água para se secar.
Eu não pude deixar de notar a felicidade de ambas as raças, todos rindo e mergulhando como crianças, todas as diferenças deixadas de lado por um instante, fazendo a paz.
Agora eu era esposa novamente, eu havia mergulhado numa nova vida...
Continua...
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