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sábado, 14 de novembro de 2015

(Cap 04) Penteado esquisito

Os dias que se seguiram depois da minha ida ao hospital foram cheios de coisas e acontecimentos estranhos. Para começar eu não ficava mais presa somente na minha cela, o campo de força foi removido e uma grande sacada surgiu. Agora estava liberada para que caminhasse por ali e tomasse sol.
Do incidente daquele dia, o hematoma estava esverdeado em volta e amarelo no meio, bem na lateral da minha cabeça, só dói quando é tocado, creio que logo sumirá.
As pessoas desse lugar levam suas obrigações a sério demais na minha opinião, depois da ordem de meu sequestrador eu fui lavada, escovada, secada e alimentada (na boca), por um batalhão de mulheres esquisitas.
Não havia como protestar, por mais força que eu fizesse, pra elas era como se eu fosse uma boneca, elas não faziam esforço algum para me obrigar. A única coisa em que me ouviram (porque berrei tanto que fiquei rouca), foi a recusa em prenderem meus cabelos em rabo de cavalo igual ao penteado esquisito que todos eles usam. Tanto faz se são homens ou mulheres, usam o tempo todo, ou as vezes soltam totalmente. Eu não quis prendê-los pelo simples fato do machucado na cabeça e também pelo penteado não me favorecer, pelo contrário.
Mas fiquei imaginando se não prenderam meu cabelo, não porque eu pedi, mas porque, talvez, eu não merecesse, como se usando esse penteado eu me tornasse uma deles, ou sei lá.
Estou em "negação", estresse pós -traumático ou sei lá o quê. Estou como uma casca vazia, já chorei tudo o que tinha pra chorar e por mais que meu coração esteja despedaçado e meus olhos queimarem, nenhuma lágrima, apenas o nó na garganta que continua aqui, entalado.
Para completar a esquisitice, um médico vem me ver duas vezes ao dia, não me diz nada e me toca o menos possível.
Ouço notícias da guerra aos pedaços, é claro que não me dizem nada, mas parece que ambos os lados deram uma trégua desde meu sequestro, ambos os lados aguardam o desenrolar dos acontecimentos,
Parece que meu sequestrador acertou na jogada, sua tática funcionou, fico imaginando por quanto tempo ainda funcionará.

O motivo por eu ainda chamá-lo de sequestrador é simplesmente por não saber seu nome. Embora, eu tenho certeza, eles sabem o meu, não que eles se importem em me chamar por Susan, aqui ninguém conversa comigo, a não ser ordens, tipo: -Coma isso, beba esse remédio, ou críticas tipo: -Seu cabelo está sujo, deve ser lavado mais uma vez, -(sim, elas me dão banho).
Embora eu ainda seja vigiada dia e noite, não me importo tanto como antes, meu sequestrador assustador está sempre por perto, me olhando com aqueles olhos medonhos, com a mesma carranca de antes. Sempre por perto, como uma sombra.
Mas o medo surreal que eu estava sentindo passou, talvez eu esteja desenvolvendo síndrome de Estocolmo, claro que ainda tenho medo, mas agora com alimentação várias vezes ao dia e sono tranquilo a noite, durmo como pedra e não resta muito tempo pra pensar nas coisas.
Ele não vai me matar, nem ao meu bebê, pelo mesmo por enquanto. E por mais que ele queira isso, creio que ele deve ter um ótimo motivo para me manter respirando.
E algo me diz que quando ele se alegrar eu terei muitos motivos para entrar em pânico!

Continua...

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