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domingo, 15 de novembro de 2015

(Cap 07) Tudo cor de rosa

Eu podia ver e ouvir mas não sentia nada! Minha vida continuou como sempre, eu era lavada, esfregada, penteada e vestida e também alimentada por elas mas, não sentia o gosto da comida ou a temperatura da água no banho. A noite, quando estava cansada de chorar, dormia de qualquer jeito. As noites eram terríveis, cheias de pesadelos, acordava aos berros, só pra ver que eu estava em um pesadelo maior.
Em um desses sonhos, eu acordava na minha casa, antes da guerra, e Diogo me olhava feliz com um lindo bebê cor de rosa no colo. De repente, seu rosto se transformou em uma caveira podre que tentava me devorar. Acordei suada e gritando e desisti de tentar dormir.

Eu não sabia o porquê de ainda ser prisioneira, a guerra estava acabada, com seus principais líderes humanos ridiculamente derrotados, eu não era mais útil, não precisavam de mim para negociar a paz, estava tudo terminado. As tropas alienígenas reconstruíam a cidade, outros líderes menores dos humanos se reuniam todos os dias na Torre do Alto Comando, estavam decidindo quem tomaria conta da cidade em nome deles, dos extraterrestres. Ao que parecia, queriam viver em paz, dividir a terra conosco. Aqueles que ousavam protestar eram sumariamente executados. Eles deixariam os humanos em paz desde que tivessem controle total do governo, os humanos participariam, é claro, mas apenas para ajudar, as decisões finais ficaria com o alto comando.
Parecia que tudo finalmente iria mudar pra melhor.
Eles já não escondiam as informações de mim, falavam tudo abertamente, como se quisessem que eu soubesse, ficasse informada de tudo.

Nada mais importava, eu ficava aonde me colocavam, certa vez me esqueceram no banho de sol, não sei quantas horas fiquei no sol escaldante, mas quando me buscaram, eu estava cheia de bolhas nos lábios e o rosto vermelho demais, mas o estranho é que eu não sentia arder. me levaram e me sedaram, podia sentir o anestésico mexendo com minha cabeça, a sala branca girava e a dor sumira, comecei a rir, seus rostos lindos estavam todos cor de rosa e tudo girava deliciosamente, girava, girava... Não de um modo ruim, mas delicioso, girando levemente.
Olhei pro meu próprio reflexo nas luzes enormes em cima de mim, era uma pessoa patética que me olhava de volta, magra e com o rosto vermelho do sol, os cabelos vermelhos emaranhados em volta de mim... Comecei a rir quando meus cabelos criaram vida e começaram a dançar em volta de mim.
Fiquei envolvida demais nessa loucura de girar e girar, rir até a barriga doer...

Numa dessas visões, meu sequestrador surgiu no meu campo de visão, tão calmo e sereno, sem a carranca costumeira, ele me olhava com curiosidade e talvez preocupação em seus lindos olhos, eu não senti medo, eu queria dizer que nada mais tinha importância, que estava tudo bem, mas tudo que eu fiz foi rir, rir histericamente, e quanto mais eu ria mais dava vontade de sorrir.
Não importava que eu era prisioneira, nessa noite eu estava tão feliz que eu podia dançar, podia sair pulando, beijando...
Ele me olhava e sua cabeça mudava de forma, primeiro rosa, depois pequena demais para seu corpo, depois grande demais como se o corpo não fosse sustentar seu peso.
Ele se aproximou e me olhava, eu olhava em volta e não havia ninguém por perto, onde estavam todos? A felicidade me deixava extasiada, sua boca tão linda... Não me lembrava de já ter notado uma boca humana tão linda e convidativa...parecia feita para o beijo, não um beijo fugaz, leve, mas um beijo de puro desejo, um prelúdio para algo maior e devastador...
Senti uma espiral de desejo começando a surgir dentro de mim, me enlouquecia e me tragava para as mais loucas sensações... Parecia que se eu não o beijasse toda a felicidade acabaria, todo meu destino ligado ao beijo daquela figura etérea, parecia um anjo da sedução... Não aguentaria mais um segundo sem beijá-lo, não me lembrava mais como beijar, quem beijava sempre era uma outra garota, numa outra vida... Quero tento sentir novamente a sensação que tudo que fiz foi abrir os braços e chamá-lo... Mas minha voz soou rouca e estranha aos meus ouvidos: -Venha, beije-me!- Por favor, beije-me... Meu anjo me olhava agora com estranheza e mesmo assim se aproximou e encostou seus lábios nos meus, um beijo suave e leve, mas ele se afastou rápido demais...Tentei segurá-lo mas suas mãos gentis me afastaram...-Diga seu nome...por favor...-Implorei. -Estou farta de não saber como chamá-lo...Diga-me...
Ele me olhou e vi um sorriso passar rapidamente por seu rosto, ou seria imaginação?
-Niga- Sua voz soou alta e clara.-Niga, esse é o meu nome Susan!- Sua voz foi sumindo e sumindo..
-Volte!-Eu queria gritar...
De repente tudo ficou escuro...

Continua...

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